A prática de exercícios físicos é segura e benéfica para adultos com cardiopatias congênitás, contrariando protocolos médicos tradicionais que limitam essas atividades.
É o que revela uma pesquisa realizada pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). O estudo aponta melhorias significativas na capacidade física, composição corporal e fluxo sanguíneo muscular, refletindo diretamente na qualidade de vida e na autonomia dos pacientes para atividades diárias.
Pesquisa confirma segurança e benefícios dos exercícios
A pesquisa, conduzida por Daniela Regina Agostinho, especialista em Reabilitação Cardíaca, avaliou 42 pacientes com cardiopatia congênita. Eles foram divididos em dois grupos: um que seguiu um programa de exercícios domiciliares e outro que manteve apenas sua rotina normal.
Os participantes do grupo de treinamento seguiram um programa estruturado de 12 semanas, com aulas gravadas e disponibilizadas online. O protocolo incluiu atividades aeróbicas e de resistência, progressivamente intensificadas ao longo dos três meses. Além disso, os pacientes receberam orientação sobre sinais de alerta, hidratação e alimentação, além de acompanhamento periódico com a pesquisadora.
Resultados positivos na saúde cardiovascular e bem-estar
Antes e depois da intervenção, os participantes passaram por avaliações abrangentes, incluindo testes cardiopulmonares, análises de composição corporal e medições de fluxo sanguíneo. Os resultados foram claros: os pacientes que realizaram exercícios apresentaram melhorias na capacidade física, na eficiência cardiovascular e na qualidade de vida.
Os principais avanços incluíram:
- Maior consumo de oxigênio e ventilação pulmonar;
- Redução da porcentagem de gordura corporal;
- Aumento da massa magra e da taxa metabólica basal;
- Melhora na circulação sanguínea muscular;
- Impacto positivo na vitalidade e capacidade funcional.
Por outro lado, o grupo que não participou do programa não apresentou avanços significativos, reforçando a importância da prática regular de atividades físicas.
Diferenças entre gêneros
A pesquisa também analisou diferenças entre homens e mulheres, revelando que os pacientes do sexo masculino obtiveram melhoras mais expressivas em composição corporal, consumo de oxigênio e níveis de colesterol LDL após o programa de treinamento.
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Conclusão: exercícios devem ser incentivados para cardiopatas
Os resultados reforçam que a prática de exercícios físicos é não apenas segura, mas também essencial para pacientes com cardiopatias congênitas. De acordo com Daniela Agostinho, esses treinos domiciliares são uma estratégia eficaz para melhorar a saúde cardiovascular, capacidade funcional e bem-estar geral dos pacientes.
Assim, a recomendação é que adultos com cardiopatias consultem seus médicos e busquem orientação para incluir a atividade física em suas rotinas, garantindo assim uma vida mais saudável e ativa.
Fonte: Governo SP